O talento de Guss foi criado na pista e curado nas cabines de muitas festas que construíram o panorama eletrônico do sudeste paulistano, afinal, sua inserção no cenário se faz presente desde os momentos mais embrionários, quando a metrópole começava a apresentar um maior amadurecimento musical. Sua visão como criador de projetos como a Ressonancia, Feira e Leeds, que ajudaram a recompor a paisagem noturna da cidade, foi estimulada pela sua participação em tantas outras que a formaram, dentro e fora dos clubs.

Definir seu estilo como DJ pode ser uma tarefa um tanto complicada, já que sua abordagem sonora preza pela dança e valoriza a pista acima de tudo, sempre guiada por altas doses de emotividade e excitação. Tal afirmação é confirmada com sua capacidade de adaptar-se à diferentes tipos de cenários, tanto que é possível vê-lo construindo uma linha bem inteligente e arquitetada ou um set guiado pela liberdade e pelo improviso. Sua identidade é uma dialética regular entre intensidade e introspecção, explorando nuances melódicas e progressivas somadas aos timbres africanos e seu groove característico.

O perfil eclético e a constante presença de Guss no mundo do entretenimento já o fizeram passar por diversos clubs do Brasil como D-EDGE, Laroc, Green Valley, Sirena, Clash, Club 88, Hot Hot e Parador Maresias, para citar alguns, uma pequena amostra da evolução significativa apresentada pelo artista até aqui. Responsável por fechar inúmeras destas pistas e criar atmosferas singulares em cada uma delas, Guss demonstra que sua alma criativa será sempre fundamentada por um conceito musical sólido, independente do espaço onde ele estará.